4 de fevereiro de 2011

A diferenca entre Dom e Oficio A adiministracao da Igreja local


A Diferença Entre Dom e Ofício


“Dom” e “ofício” são quase sempre confundidos entre os cristãos. A tentativa de localizar um dom (tal como um pastor) para funcionar como um oficial em uma igreja, é uma prova clara de um desentendimento que existe nesse assunto.

Dom e oficio são duas coisas distintas na Escritura.

"O dom é exercitado em relação com o corpo de Cristo".

"O ofício é uma responsabilidade em conexão com a casa de Deus".

O dom é para a edificação; enquanto que o ofício é para atuar com autoridade. Assim como o dom é universal (para todo o corpo); o ofício é um encargo local (isto é para a assembléia local). Há uma exceção a isso – o apostolado. O apostolado é ambos um ofício e um dom. É o único caso na Escritura onde o ofício é uma coisa universal (At 1:20, 1 Pe 5:1). Doze discípulos do senhor foram apontados para o “ofício” do apostolado (Mc 3:14, Lc 6:13, At 1:20). Isso foi feito pelo Senhor enquanto Ele ainda estava na terra. Quando Judas caiu pela transgressão, aquele “ofício” foi preenchido por outro (At 1:16-26). Contudo, eles receberam o “dom” do apostolado pelo Espírito depois do Senhor ter ascendido para Sua posição celestial à direita de Deus. Os dons, como já mencionamos, fluem de Cristo no céu. “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens... E ele deu uns como apóstolos”, (Ef 4:8-11).

Um indivíduo que tem um encargo local (ofício) em uma assembléia, poderá também ter um dom para o ensino público ou pregação (1 Tm 5:17), mas quando a Escritura trata com o assunto do dom e ofício, ela nunca confunde as duas coisas.

Quando entendermos a diferença entre estas duas coisas como a Escritura as distinguem, veremos quão realmente está distante da verdade uma afirmação, tal como, “Ele é o Pastor de uma igreja”. Sob circunstâncias normais, o servo do Senhor não é nunca o “único” dom na igreja local. Nem deve restringir o exercício do seu dom a “uma” igreja local, ou mesmo a uma certa seita no meio da igreja. Seu dom é para todo o corpo de Cristo. Para ser Escrituralmente exato, as pessoas nunca podem dizer, “Ele é o pastor de uma igreja”, mas “Ele é um pastor na igreja”.

Anciãos, Bispos ou Supervisores, e Guias ou Líderes

Separado do apostolado, existem somente dois ofícios na igreja. Um é um supervisor

(bispo)/ancião/guia. O outro é um diácono.

Quanto ao ofício de um ancião, bispo ou supervisor, e guia ou líder ; é a forma normal do Senhor guiar uma assembléia local em sua responsabilidade administrativa. O foco do seu trabalho pertence particularmente ao bem-estar espiritual da assembléia local. As três palavras nas epístolas usadas para estes que funcionam nesse ofício são “anciãos”, “bispos ou supervisores”, e “guia ou líder”. Estas palavras podem ser usadas intercambiavelmente para o mesmo ofício. Veja Atos 20:17 com 28, Tito 1:5 com 7, 1 Pedro 5:1-2.

“Anciãos” ou “presbítero” descreve a maturidade e experiência que deverá marcar os que ocupam esse lugar. Ele se refere àqueles avançados em idade. Contudo, nem todo homem idoso na assembléia necessariamente funciona neste lugar de liderança responsável (1 Tm 5:1, Tt 2:2). Isso porque nem todos podem ter a experiência, ou o exercício, ou as qualificações morais que são necessárias (1 Tm 3:1-7, Tt 1:6-9).

“Bispos” ou “supervisores” (Episkpoi) descreve o trabalho que fazem; apascentando os rebanho (1 Pe 5:2, At 20:28), velando sobre as almas (Hb 13:17), admoestando (1 Ts 5:13), etc.

“Guias” ou “líderes” (Hegoumenos) descreve a liderança que devem aplicar na assembléia local. A Escritura se refere aos que estão neste lugar como, “os que trabalham entre vós, presidem sobre vós” (1 Ts 5:12-13, Hb13:7, 24, 1 Co 16:15-18, 1 Tm 5:17). Note, é “os que” e não “o que”. Sempre que eles são citados como funções em seu lugar, são sempre referidos no plural. Eles poderão ser citados no singular, se se refere ao seu caráter pessoal (1 Tm 3:1-7), mas quando levam a cabo seu trabalho, é no plural. Isso mostra que não é coisa de um homem, é uma guarda dada por Deus aos anciãos, assim que nenhum indivíduo entre eles poderia tentar se levantar e presidir sobre uma assembléia. É triste dizer que isso não é atendido, e homens às vezes têm se levantado e assumido a direção nas assembléias locais.

Alem disso, a versão corrigida Almeida apresenta os versos citados acima como, “os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor” (1 Ts 5:12); e, “Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas” (Hb 13:17,24). Estas versões podem comunicar a idéia de que estas pessoas devem presidir sobre o rebanho de Deus, o que com certeza, não é verdade. Estes versos podem ser traduzidos, “os que trabalham entre vós, presidem entre vós”. Isso mostra que eles têm um lugar, como todos os outros membros do corpo de Cristo, “entre” o rebanho. O único lugar na Escritura onde temos alguém presidindo sobre a assembléia local é no caso de Diótrefes, e ele era um homem mau (3 Jo 9-10).

Quão diferente é tudo isso da ordem que os homens têm arranjado em suas denominações. A forma de Deus é a de ter um número de bispos em uma igreja local (assembléia) (Fp 1:1, At 20:28, Tt 1:5); a forma do homem é ter um bispo sobre muitas igrejas (assembléias)!

Submeter-se “aos que presidem entre vós” não necessariamente se refere à liderança no ensinamento público ou na pregação, mas aos assuntos administrativos da assembléia. Confundir estas duas coisas é entender mal a diferença entre dom e ofício. Eles, porém, podem ser “aptos para ensinar” (1 Tm 3:2). Isso se refere a ser capaz de expor a Palavra como foram ensinados, muito embora eles não necessariamente tenham o dom de mestre (Tt 1:9). Alguns deles que “presidem” podem não ensinar publicamente, mas é muito bom e útil quando podem. E devem ser “dignos de duplicada honra” quando o fazem (1 Tm 5:17).

Os que estão neste lugar de liderança responsável são vistos na figura de “estrelas” e “o anjo da igreja” no livro de Apocalipse (Ap 1:20, 2:1, 8, 12, 3:1, 7, 14). Como “estrelas” eles devem trazer o testemunho da verdade de Deus (os princípios da Palavra) como candeeiros na assembléia local. Isso mostra que eles devem ser instruídos na Palavra (Tt 1:9). Quando a assembléia enfrenta um problema ou uma questão, eles devem estar aptos para prover de luz da Palavra de Deus naquilo que a assembléia deve fazer. Atos 15 nos dá uma ilustração do trabalho deles. Depois de ouvir o problema que estava transtornando a assembléia, Pedro e Tiago, como “estrelas”, deram a luz sobre o assunto, Tiago aplicou o princípio da Palavra de Deus, e então deu seu julgamento do que ele cria que o Senhor queria que eles fizesse (At 15:15-21).

Como “o anjo da igreja”, estes mesmos neste lugar de responsabilidade, atuam como mensageiros

para executar o pensamento de Deus na assembléia no cumprimento destas coisas que foram decididas. Isso também é ilustrado por Atos 15. Depois de terem determinado o que foi crido ser o pensamento do Senhor em conexão com o problema, eles “tomaram a liderança” na assembléia local em levar a cabo Seu pensamento. Eles propagaram suas conclusões para a assembléia para não atuar independentemente dela, a qual também creu ser o pensamento do Senhor. Isso foi seguido por uma carta que foi enviada aos irmãos em Antioquia notificando-os de como o problema foi resolvido (At 15:22-33).

Em alguns aspectos o trabalho dos pastores (guia) e dos anciãos são similares. Ambos são chamados para apascentar e alimentar o rebanho. Mas os dois não são nunca equiparados. O pastor não limita seu serviço à localidade, enquanto que o ancião/supervisor/guia limita.

Diáconos

Enquanto aqueles que estão no ofício de ancião/supervisor/guia, estão ocupados com o bem-estar espiritual de uma assembléia local, estes que estão no ofício de diácono devem estar ocupados com os cuidados temporais de uma assembléia local (At 6:1-6, 1 Tm 3:8-13). Diácono pode ser traduzido como “ministro” pois ministro na Bíblia não está confinado somente às coisas espirituais (Lc 8:3, At 6:1 “ministério cotidiano”, 12:25, 13:5, Rm 16:1). Os diáconos ministram nas coisas temporais, mas seu serviço para o Senhor, necessariamente não precisa estar confinado áquela exclusividade. Se eles tivessem um dom para ministrar a Palavra, eles poderiam exercitar aquele dom já que o Senhor os pode guiar (1 Tm 3:13). Ambos Estevão e Filipe, que eram diáconos, também tinham dons para ministrar a Palavra. Estevão tinha dom para o ensino (At 7); e Filipe tinha o dom de evangelista (At 8:5-40, 21:8). As irmãs também podem servir como diaconisas. Romanos 16:1 diz, “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia”. Embora, elas não pudessem preencher aquele lugar em copetência oficial, porque Paulo disse a Timóteo que os tais deveriam ser “maridos de uma mulher”, o que mostra que os tais eram homens (1 Tm 3:12). Estes que estão nesse ofício também tinham que ter qualificações morais em suas vidas, similares àqueles dos anciãos/supervisores/guias.

A Escolha dos Anciãos

A pergunta que pode ser feita é, “Como as pessoas entram neste ofício?” Em todos os casos nas escrituras, eles eram escolhidos. Mas, em nenhum lugar na Escritura lemos que anciãos foram escolhidos pela igreja – a assembléia loca! Justamente como mostramos não existe nenhuma assembléia local na Bíblia que tenha escolhido seu pastor, não existe também uma assembléia que tenha escolhido seus anciãos. No entanto apesar disso, na cristandade hoje, a maioria das igrejas escolhe seus anciãos! Perguntamos “De onde eles tomam sua autoridade para fazer isto?” Em nenhum lugar na Bíblia, uma assembléia foi encarregada de uma escolha tão difícil como a de escolher seus anciãos, independente da piedade e inteligência dos que a compõe. A Palavra de Deus diz que eles eram escolhidos pelos apóstolos. Ela diz, “E, havendo-lhes (Barnabé e Paulo) feito eleger anciãos em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:23). Em certa ocasião os anciãos foram escolhidos por delegação dos apóstolos. Tito foi tal pessoa. Ele foi enviado por Paulo para a ilha de Creta com o propósito de ordenar os anciãos. Mesmo assim, sua comissão foi para aquele lugar apenas. Ele não tinha autoridade para ordenar em outra parte, a menos que fosse comissionado pelo apóstolo (Tt 1:5).

A sabedoria de Deus é vista aqui em ter anciãos especificamente escolhidos para uma assembléia. Se fosse deixado para a igreja os escolher, ela poderia ser tendenciosa, escolhendo líderes que favorecessem suas inclinações. Sendo a função de um apóstolo, haveria menos perigo disto.

No caso dos diáconos, no entanto, a igreja local os escolhia. Um caso neste ponto é Atos 6:1-6. Sete homens foram escolhidos pela igreja de Jerusalém para preencherem o lugar dos diáconos (embora não tenham sido chamados diáconos diretamente naquele capítulo), mas eles eram oficialmente apontados para aquele lugar pelos apóstolos. Uma igreja local hoje pode escolher alguns para cuidarem das coisas temporais na assembléia, mas ainda assim, eles não podem ser oficialmente apontados para o ofício de um diácono, porque não existe apóstolo ou delegação apostólica para fazer isto.

Não Existem Apóstolos Hoje Para Apontar Anciãos e Diáconos

O valor completo de uma pessoa ser apontada para um ofício, reside na validade do poder que fez o apontamento. E a Escritura não confere poder para apontar exceto aquele de um apóstolo ou um enviado, que teve de um apóstolo, a comissão para aquele propósito! Mas onde está tal delegação hoje que pode produzir evidência adequada de se ter uma comissão apostólica para o trabalho de apontamento? A Palavra de Deus em nenhum lugar sugere a continuidade do poder de ordenação. Por isso a igreja hoje não tem poder para apontar anciãos/supervisores/guias para seus ofícios, ou diáconos para seus ofícios, simplesmente porque não temos um apóstolo ou um delegado por um apóstolo para fazê-lo.

Percebemos que isso é contrário à crença de alguns cristãos, que pensam que existe apóstolo na terra hoje. A Bíblia, no entanto, indica diferente. Ela diz que a igreja é “edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito” (Ef 2:22). Nesta passagem da Escritura, a formação da igreja é comparada com a construção de uma casa. Ela começa com a colocação da pedra principal a Pedra de esquina (Cristo); então a fundação é posta (os apóstolos e profetas); e finalmente, o edifício se levanta ao qual todo verdadeiro crente é juntado; até que todo o edifício esteja completo na vinda do Senhor. Isso mostra que o lugar que os apóstolos e profetas ocupam na igreja é o de fundação. Eles foram diretamente usados pelo Senhor para estabelecer a igreja no princípio. As epístolas que eles escreveram estabelecem a ordem e funcionamento da igreja: neles a fundação do cristianismo foi assentada. O Senhor não dá mais apóstolos para a igreja porque Ele não está mais construindo a fundação. Ela já foi posta! Na verdade, o edifício está quase completo. Estamos esperando pelas últimas pessoas a serem salvas, para que as poucas últimas pedras (vivas) possam ser colocadas no lugar na construção. O ministério dos apóstolos e profetas ainda permanece com a igreja em suas palavras inspiradas, mas nós não os temos mais pessoalmente na terra (Ef 4:11-13).


Extraído do Livro de Bruce Anstey: A Ordem de Deus para as Reuniões de Adoração

Veja Mais sobre o Assunto:

http://vejanabiblia.blogspot.com/2010/07/o-ide-nao-e-para-igreja-igreja-nao.html

http://vejanabiblia.blogspot.com/2010/07/dons-como-eles-se-mnifestam-na-igreja.html

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