22 de dezembro de 2011

Em qual evangelho devemos crer? - A. G. Doughty


A conhecida palavra 'Evangelho' significa simplesmente alegres notícias ou boas novas. Como sempre, há muito que ela é identificada como uma proclamação de cristianismo. Assim nós falamos de 'pregadores do Evangelho', 'missões Evangelísticas', etc.

O EVANGELHO DE DEUS tem sido anunciado por quase dois mil anos. Ele não se baseia em frágeis fundamentos humanos, mas na Palavra do Deus eterno. O que ele propõe será realizado, não pelos débeis esforços de homens, mas pelo grandioso poder de Deus.

Único, entre todas as propostas oferecidas para satisfazer aos anseios de uma humanidade caída, ele mostra a verdade nua quanto à natureza pecaminosa do homem. Único, ele propõe aquilo que satisfaz à consciência atribulada e preenche o vazio do coração. Único, ele responde às graves questões da morte e de nossa responsabilidade para com Deus.

Uma Mensagem Singular

O que é, então, esse maravilhoso Evangelho? Ele é, como as Escrituras simplesmente afirmam, o "EVANGELHO DE DEUS... acerca de Seu Filho... Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 1.1-4). Ele nos diz que há um Deus pessoal com Quem nós, como Suas criaturas, temos necessariamente muito a ver. O Evangelho nos diz que a raça humana, outrora criada em perfeição, é agora uma raça caída e pecadora, um fato atestado por cada prisão, cada cemitério e ainda por cada consciência humana. Ele anuncia ainda o magnificente fato de que Deus nunca abandonou Suas criaturas e, apesar do ser humano nunca haver encontrado o seu caminho de volta a Deus, ou mesmo ter procurado fazê-lo, Deus, contudo, interveio por intermédio dos profetas e mensageiros e, por último, pela dádiva de Seu Filho. Ele nos conta a incomparável história da vinda de Jesus, o Filho de Deus, a este mundo. Você, sem dúvida, conhece esta história. Você já ouviu falar da Criança de Belém; do Homem à beira do poço de Sicar; de JESUS de Nazaré.

Uma Obra Completa

Você deve saber que Ele foi rejeitado e crucificado como um malfeitor. Mas, será que você já ouviu o que está revelado no Evangelho de Deus acerca de tudo o que a terrível morte de Jesus significa? A mesma cena do maior ódio do homem foi a ocasião do maior resplandecer de amor divino, pois Jesus morreu não como um mero mártir, mas como o sacrifício oferecido por Deus pelos pecados (1 Pedro 2.24). Ele morreu como nosso Substituto. Ele recebeu o julgamento de Deus contra o pecado para expressar o amor de Deus pelos pecadores. A moderna teologia pode desprezar ou desdenhar este aspecto da morte de Cristo, mas é isto o que afirma o Evangelho de Deus.

Ele também nos conta que Deus ressuscitou-O da morte e O fez sentar no mais alto pináculo de glória, como Príncipe e Salvador de todos os homens (Atos 5.31). O Evangelho de Deus é acerca deste glorioso e ressuscitado Salvador. Ele apresenta Alguém cuja obra completa irá satisfazer sua consciência e cujo amor pode preencher seu coração. Ele nos diz que toda bênção para agora e para a eternidade são encontradas nEle. O conhecimento presente do perdão dos pecados (Atos 13.38), a justificação e a paz com Deus (Romanos 5.1), o imediato acesso à presença e favor de Deus (Romanos 5.2), a felicidade presente e a satisfação na dádiva do Espírito Santo (João 4.14), além da aptidão para dirigir-se a Deus em um espírito de filiação (Gálatas 4.6), são algumas das bênçãos presentes ao alcance do mais simples e humilde crente no Senhor Jesus Cristo.

Um Futuro Garantido

Também com respeito ao futuro toda questão é divinamente estabelecida. O crente é libertado do medo da ira vindoura (1 Tessalonicenses 1.10); ele olha para Alguém que virá reinar em justiça (Atos 17.31); a ele é prometido que, compartilhando a presente rejeição de Cristo, ele irá também compartilhar a glória do Seu Reino vindouro (Romanos 8.16,17); e, por fim (e mais doce que tudo), ele irá passar a eternidade com Aquele que o amou e que em breve virá pessoalmente para levá-lo de volta ao Lar (1 Tessalonicenses 4.16,17).

É este, em resumo, o precioso Evangelho de Deus. Ele é a revelação do coração de Deus aos homens e vem de Deus para você com divina autoridade. Sua base é a obra completa de Cristo. Sua verdade foi testemunhada por incontáveis milhares durante quase dois mil anos. Ao invés de negarem a sua fé neste abençoado Evangelho e na Pessoa da qual ele fala, homens, mulheres, e até mesmo crianças foram, em tempos passados, corajosamente aprisionados, entregues à mortes cruéis e vergonhosas. Muitos, a quem este mundo ofereceu todas as vantagens, têm sacrificado seu conforto pessoal, e em muitos casos a própria vida, para levar estas boas novas às terras pagãs. O Evangelho tem trazido paz e descanso a miríades de corações antes vazios. Ele continua a ser hoje o fundamento sobre o qual milhares -- o autor entre eles -- estão apoiando seu tudo, para toda a eternidade.

O Evangelho do Homem

Somos agora informados, no entanto, que, ainda que este Evangelho possa ter satisfeito a nossos antepassados, ele não se enquadra mais nos anseios e aspirações do homem moderno. Ele não se amolda à sua vaidade ao dizer que o homem é uma criatura caída e perdida. Ele estraga o seu prazer ao avisá-lo de que a morte e o juízo estão diante do homem. Ele tem, todavia, sido considerado necessário para produzir alguns 'novos evangelhos' que possam satisfazer ao desejo, inerente aos homens, da necessidade de reconhecer algo por detrás do que é meramente material e ainda deixá-lo livre para seguir sua própria vontade, sem qualquer sentimento desconfortável de que há de vir o dia de ajuste de contas.

Por volta do último século ou algo assim foi lançado o que nós propomos chamar de "EVANGELHO DO HOMEM". Ao elaborá-lo, foi feito um esforço para se manter certos termos e frases familiares aos ouvidos cristãos e, por conseguinte, adormecer qualquer suspeita nas mentes simples em que as crenças estavam sendo introduzidas, enfraquecendo ou minando, ao mesmo tempo, toda verdade primordial do cristianismo revelado. Tenta-se, ao menos da boca para fora, encontrar uma base sobre a qual os homens de todas as religiões, e até mesmo de nenhuma religião, possam se unir.

"Sereis Como Deus"

Budismo, confucionismo, espiritualismo, teosofia, ciência e filosofia estão sendo convocados a erigir esse grande templo em honra do homem, e nós, que descendemos de ancestrais pagãos, ao invés de sermos chamados a adorar o Sol e a Lua (que, pelo menos são maiores do que o homem), somos agora chamados a nos prostrarmos diante do próprio homem. Este "Evangelho do Homem" tem sua origem no fundamento satânico lançado 6.000 anos atrás: "Sereis como Deus" (Gn 3.5). Este evangelho, na forma como o ouvimos hoje, ensina que o homem, longe de ser uma criatura caída, tem se levantado e continua a subir de uma condição de imperfeição para uma de perfeição. Consequentemente, o mal e a miséria do mundo não são atribuídos ao homem, mas sim ao meio que o cerca, do qual ele está emergindo. Pela melhoria desse meio é confiadamente esperado que o próprio homem seja melhorado.

Na verdade, o novo evangelho almeja por um dia em que a idade áurea da paz e felicidade universal será concretizada pelos esforços unificados da raça humana. A única base para este extraordinário panorama da raça humana e suas perspectivas é a ingênua, porém totalmente improvada, teoria científica conhecida como Evolução; uma teoria que (em qualquer proporção de sua forma atual), ninguém havia escutado até o século passado, e que, à semelhança de outras teorias científicas, pode vir a ser abandonada a qualquer momento, tão logo surjam fatos que provem o contrário.

O Ser Humano Como Centro do Universo

No que concerne a Deus, o novo evangelho admite que possa haver um Criador, mas ensina que, de qualquer modo, nós somos por demais insignificantes para que nossos atos e ações sejam de alguma importância para Ele. Além disso, põe de lado qualquer ideia da responsabilidade para com Deus, do pecado ou do juízo vindouro. Como consequência, repudia a ideia de expiação. Na verdade, muitos dos expoentes do "Evangelho do Homem" duvidam que haja qualquer Deus que não seja o que eles chamam de "Mente" ou "Consciência Universal" ou coletiva; em outras palavras, não há nada mais elevado no Universo do que o próprio homem.

No que concerne a Cristo, o novo evangelho trata dEle meramente como um dos grandes profetas ou reformadores que apareceram nas diversas épocas da história do mundo, colocado ao mesmo plano com Confúcio e Maomé. Sua divindade, Seus milagres e Sua ressurreição são negados. O novo evangelho está pronto a aceitar a ética do cristianismo, mas não a Pessoa de Cristo. Este evangelho professa admiração pelo 'Sermão da Montanha', mas não tem espaço para Aquele que o pregou.

No que se refere à Bíblia, ele está pronto a admirar sua grandeza literária, mas nega a sua inspiração divina e até mesmo a sua exatidão histórica; todavia, quanto às partes que devem ser aceitas e as que devem ser rejeitadas, dificilmente dois dos novos evangelistas chegam a um acordo.

Quanto ao futuro, o "Evangelho do Homem" deixa a vida após a morte como um mistério insolúvel, embora alguns de seus expoentes esperem que o espiritualismo esclareça este grande problema.

O mais deslumbrante aspecto que o "Evangelho do Homem" pode oferecer à humanidade sofredora e moribunda é que, em alguma época de um futuro distante, alguma sorte de condições ideais possam ser estabelecidas nesta Terra. Não há um esquema satisfatório para realizar isto, tampouco é explicado como um mundo ideal poderia ser mantido. Acima de tudo, deixa sem resposta a grave questão de nosso destino eterno.

Agora, depois de tudo isso, querido leitor, você e eu podemos estar desejosos de fazer a nossa parte para ajudar a criar esta era dourada do futuro (supondo que estivéssemos certos de sua realidade), mas o fato que permanece é que não ficaremos aqui por mais do que alguns poucos anos. Acaso terá o "Evangelho do Homem" qualquer esperança a oferecer, ou qualquer segurança a proporcionar, na terrível hora da morte? Não, nenhuma! Ele deixa o ser humano lutando desesperadamente em busca da miragem desértica de uma ilusória era de ouro, enquanto aqueles em suas fileiras vão rapidamente perecendo em suas areias.

O Contraste

Até aqui examinamos rapidamente o Evangelho de Deus e o Evangelho do Homem, e somos levados a ver O CONTRASTE!

De um lado temos o que Deus disse, o que Deus efetuou em Cristo, e o que Ele irá fazer para aquele que aceita a Cristo como Salvador. Do outro lado estão as promessas vazias e a vã imaginação do homem, deixando a consciência inquieta e o coração insatisfeito; oferecendo como sua melhor esperança, uma distante perspectiva de uma condição mais feliz em um mundo, o qual em pouco tempo todos nós teremos deixar para nos encontrarmos face a face com a infinita eternidade para a qual não estaremos preparados.

Leitor, qual satisfaz melhor o seu caso? Ambos os evangelhos não podem ser verdade. Um ou outro deve ser falso e ilusório. Se você é um cristão professo, nós sinceramente o advertimos que você cuide, com toda a certeza, de estar crendo no evangelho de Deus e no Cristo de Deus. Qualquer outro evangelho irá levá-lo ao fracasso, não importa quais sejam os nomes famosos que lhe deem crédito. A solene advertência do apóstolo Paulo, escrevendo sob divina inspiração, diz respeito a todo aquele que prega um evangelho que vá além do qual ele recebeu da glória e pregou com tanta diligência em seus dias (veja Gálatas 1.8,9). Se você é um obreiro cristão, essa maldição irá com toda certeza cair sobre você, se em nome de Cristo e de Deus, você estiver pregando ou ensinando aquilo que contradiz o caráter de Deus como um Deus Salvador e diminui a glória da Pessoa do Seu Filho ou da Sua obra consumada.

Se você é um dos inúmeros milhares que nesta época de amor aos prazeres não se preocupa com as coisas de Deus, nós gostaríamos de adverti-lo, com a maior seriedade, a considerar como estas importantes questões lhe afetam. Você não está aqui para sempre. Você é apenas um 'inquilino', e cada ruga em sua testa é um sinal de que a 'ordem de despejo' já está sendo entregue. A morte nos cerca de milhares de maneiras. Você não pode querer ignorar a solene questão do seu bem-estar eterno.

Concluindo, queremos chamar a atenção de todo leitor para aquilo que Deus disse a Seu povo na antiguidade: "Te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a vida" (Dt 30.19).

A. G. Doughty

"Porque haverá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4.3,4).


Fonte: Blog Manjar Celestial de Mario Persona


2 de dezembro de 2011

A verdadeira igreja - J. H. Smith


O que significa a palavra "igreja"? A palavra grega significa uma "assembleia" (At 7:38; 19:32,39,41).

Deus tem mais que uma igreja? Não. Ela é chamada "Igreja de Deus, que Ele adquiriu para Si pelo sangue do Seu próprio Filho." (At 20:28 - Versão Bíblia de Jerusalém).

Que tipo de pessoas formam a Igreja? Só um tipo - pecadores, sejam eles judeus ou gentios, que, diante de Deus, se arrependeram de suas obras más e, pela graça, creram no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, tendo sido selados pelo Espírito Santo (At 20:21; 2 Co 1:22; Ef 1:13).

Irá algum deles se perder? Impossível! Deus "nos elegeu nEle (em Cristo) antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor"; "Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção" (Ef 1:4; 4:30).

O que formam, em cada localidade, os membros desta única Igreja? Juntos, eles formam localmente parte daquela única Igreja. Por exemplo: "...à igreja de Deus que está em Corinto..." (1 Co 1:2).

Quando a igreja foi mencionada pela primeira vez? O Senhor disse: "sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18).

Quando ela foi realmente formada? No dia de Pentecostes (50 dias depois de haver o Senhor Jesus ressuscitado de entre os mortos), quando o Espírito de Deus desceu e batizou os crentes individuais em um corpo, unindo-os, como um organismo vivo, a Cristo, sua cabeça exaltada nos céus (At 2).

A quem foi primeiro revelado o segredo de que a Igreja estava, como algo vivo, conectada a Cristo? A Saulo de Tarso: "Saulo, Saulo, por que ME persegues?" (At 9:4). Saulo, ao perseguir os cristãos, estava, na verdade, perseguindo a Cristo, a cabeça. A doutrina lhe foi revelada mais tarde.

Qual é o relacionamento dos cristãos com Cristo? Até Deus haver chamado o apóstolo Paulo, nunca tinha sido revelada, aos filhos dos homens, a verdade que pecadores, tanto judeus como gentios, que creem no Senhor Jesus Cristo, são agora feitos membros vivos daquilo que é chamado "Seu corpo", do qual Ele é a Cabeça (Ef 3:1-6). Trata-se de uma união viva (1 Co 6:17). Juntos, esses escolhidos formam a Igreja que Cristo amou e pela qual entregou-Se a Si mesmo. Como objeto de Sua afeição, ela é chamada de Sua noiva. Nós, que cremos, somos Seu corpo e Sua noiva.

O que Cristo fez pela Igreja? Ele amou-a "e a Si mesmo Se entregou por ela" (Ef 5:25).

O que Ele está fazendo agora por ela? Alimentando-a e cuidando dela; está nos santificando e limpando de uma maneira prática, neste mundo, pela aplicação, em nossas almas, da Palavra de Deus (Ef 5:26,29).

O que Ele logo irá fazer por ela? Apresentá-la "a Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível", a tão esperada noiva que Ele ama (Ef 5:27).

Qual é o destino da Igreja? Ser eternamente amada por Ele, e, na companhia do Senhor Jesus, ser o instrumento para demonstrar a glória do próprio Deus! (Ap 21:1-2,9-11).

9 de julho de 2011

Exortacao aos recem-convertidos


Escrito por J.N.D.


Atos 11:23: "o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor."


Habitai com o Senhor de todo o vosso coração. Dependei dEle. Depois de havermos crido, é-nos dado um período de grande gozo, no princípio da nossa vida cristã; mas Deus, que conhece os nossos corações, sabe que corremos o perigo de depender mais do nosso gozo do que de Cristo. Nosso objetivo deve ser Ele e não o gozo. É verdade que, depois da conversão, o pecado não domina mais sobre nós, mas a carne está em nós e assim estará até ao fim. Ela está sempre na brecha e experimentareis que, se não estiverdes alerta, se a vida divina não estiver cultivada nos vossos corações, se não tiverdes o vosso olhar em Cristo, e não vos alimentardes dEle, o pecado começará de novo a germinar e a criar raízes. Neste caso, há que destruí-las à medida que apareçam; a velha natureza nunca pode produzir bons frutos; é a nova que apresenta bom fruto diante de Deus; apesar da carne estar em vós, não vos ocupeis com ela; ocupai-vos somente com Cristo. Que Cristo seja a vossa vida!

À medida que fordes crescendo no Seu conhecimento, também crescerá em vós um gozo ainda mais precioso que aquele da vossa conversão. Eu conheci Cristo há mais ou menos trinta ou quarenta anos e posso dizer que tenho dez mil vezes mais gozo agora do que no princípio. É espetacular ver como a água se precipita em cataratas com o seu ruído imponente; porém aquela que corre pela planície é mais profunda, cheia de calma e útil para fertilizar a terra.

Habitai todos com o Senhor de todo o vosso coração. Um coração descuidado é um desastre para o cristão. Quando nos ocupamos em coisas fora de Cristo perdemos a fonte de toda a energia: Quando o coração está cheio de Cristo, não há lugar nem desejo para as vaidades do mundo. Se Cristo habita nos vossos corações é pela fé, e não perguntareis a alguém como tão freqüentemente se ouve: Que mal há em fazer isto ou aquilo? Mas antes perguntareis melhor: O que estou fazendo, faço-o para Cristo, e pode Ele aprovar-me? Não deixeis que o mundo intervenha nas vossas vidas, nem que cative os vossos pensamentos. Dirijo-me especialmente a vós, os jovens recém-convertidos. Nós que já somos convertidos, temos mais experiência daquilo que o mundo é e do pouco que vale. Pela frente apresenta-nos todos os seus atrativos e esforça-se por nos atrair a si. Os sorrisos do mundo são enganosos, no entanto ele os sorri. Faz muitas promessas que não pode cumprir, no entanto as faz. O fato é que os vossos corações são demasiado grandes para o mundo; este não os pode encher. Por outro lado são demasiado pequenos para Cristo; mas Aquele que encheu os céus, os encherá até fazê-los transbordar.

Habitai com o Senhor de todo o vosso coração. Ele sabe quão errante é o vosso coração, e quão prontamente substituiria Cristo por qualquer outra coisa. Estando perto de Deus, aprendereis a conhecer melhor a vós mesmos, debaixo da influência da Sua graça; de outra forma o teríeis que aprender amargamente com o diabo, se vos deixardes vencer pelas suas tentações.

Porém Deus é fiel, e se vos tendes afastado dEle, se outras coisas se têm intrometido, formando uma zona insensível ao redor do vosso coração, se finalmente quereis voltar, Deus vos diz: "Qual é o obstáculo?" É necessário que vos exerciteis nisso para que sejais completamente libertos.

Lembrai-vos que Cristo vos comprou ao preço do Seu próprio sangue a fim de que vos chegueis a Ele e não ao mundo.

Não deixeis que o diabo se interponha entre vós e a graça de Deus. Se devido a negligência da vossa parte vos tendes afastado de Deus, vinde de novo a Ele, e confiai no Seu amor. Não duvideis do Seu gozo em receber-vos de novo. Aborrecei o pecado que vos arrastou, mas não injurieis o amor de Deus por uma falta de confiança nesse amor. Que bom se perdesseis toda a confiança em vós mesmos! Mas não duvideis nem da Sua obra, nem do Seu amor. Ele vos tem amado, Ele vos amará até ao fim. Falai constantemente, falai muito, com Jesus. Não vos sintais satisfeitos, a não ser que sejais capazes de andar com Ele e conversar com Ele como o fazei com o vosso melhor amigo. Não vos conformeis com relações superficiais com Aquele que vos amou e que vos lavou dos vossos pecados com o Seu sangue.

(J.N.D.)



14 de junho de 2011

O Senhor é o Meu Pastor! Será???


Muitos dizem: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. E será que as coisas são assim??? 
  
Leitura: João 10 e Salmo 23


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O Salmo 23 diz que "o Senhor é o meu pastor; nada me faltará". Muita gente saboreia cada sílaba do "nada me faltará", mas passa por alto "o Senhor é o meu pastor". A última coisa que nossa natureza caída em pecado deseja é ter o Senhor como Pastor.

Nós naturalmente queremos ser pastores de nós mesmos, buscando aquilo que nós achamos que precisamos. Mas é o Pastor quem conhece as reais necessidades de suas ovelhas, e é ele que deve decidir qual pasto é verde e qual água é tranqüila.

O Pastor não empurra suas ovelhas, mas as guia mansamente. Ele faz isso por veredas da justiça, e não por caminhos ilícitos ou atalhos obscuros. A frase "por amor do seu nome" indica que é a sua reputação que está em jogo. A segurança da ovelha não está no sustento que o Pastor não deixa faltar, mas em ser guiada por quem tem uma reputação a zelar.

A ovelha tem sua cabeça ungida com azeite, figura do Espírito Santo, e seu cálice transborda. A Bíblia diz que o vinho alegra o coração do homem, portanto um cálice que transborda fala de uma alegria maior do que podemos conter. A vara e o cajado do pastor são instrumentos que tanto servem para afugentar o lobo, como para disciplinar, guiar e resgatar a ovelha.

Repare que alimento, descanso, direção e refrigério são coisas transitórias. Além disso, mesmo que o Pastor prepare uma mesa para cada ovelha como prova de sustento e comunhão, existem inimigos em redor. Trata-se de um cenário hostil, onde a ovelha convive com necessidades e perigos, enquanto é apascentada por esse grande Pastor.

O maior inimigo neste cenário é a morte, mas aquele que tem o Senhor como Pastor não teme mal algum ao passar pelo tenebroso vale que o leva para fora das pastagens provisórias desta vida. A ovelha sai daqui com a certeza de que bondade e misericórdia lhe seguirão e que habitará na Casa do Senhor para sempre.

Temos, portanto, um campo transitório onde a ovelha é pastoreada, um vale tenebroso com uma morte que já não é temida e um futuro brilhante e eterno na casa do Senhor. É a casa do Senhor, e não o capim daqui, que a ovelha deve almejar. Mas quem é a ovelha?

Embora o Salmo 23 seja usado como amuleto em Bíblias de decoração, suas promessas só valem para quem tem o Senhor como Pastor. Se você não creu no Salvador crucificado do Salmo 22 - se os seus pecados não estiveram sobre ele quando foi abandonado por Deus na cruz - o Salmo 23 não é para você.


Fonte: O Evangelho em 3 Minutos - Vídeo 202



15 de abril de 2011

Santo, o que é ser santo?


Um dos diversos exemplos da confusa terminologia existente na cristandade é encontrado no significado da palavra "santo". Muitos cristãos pensam em um santo como alguém que vive ou viveu uma vida exemplar. Porém a Bíblia usa o termo para descrever todos os crentes, até mesmo aqueles em Corinto, que eram notórios por suas divisões e carnalidade, “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", não estão sendo mundanos?” (1Co_3:1-4). Eles estavam associados ao mal moral (1 Co 5) e alguns professavam uma má doutrina que atacava os próprios fundamentos do cristianismo (1 Co 15). Não existe um grupo de cristãos na Bíblia que esteja numa situação mais precária, exceto talvez pelos gálatas. Mesmo assim, apesar de todo o fracasso deles, a Palavra de Deus chama os coríntios de "santos"! “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus e chamados para serem santos, juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:” (1Co_1:2) Com base nisso fica claro que a Bíblia define "santo" de um modo diferente daquele normalmente usado pelas pessoas nos dias de hoje.

William Kelly disse que na mente da maioria das pessoas ser santo é ser algo mais do que um mero cristão. Mas, na realidade, o que acontece é que um cristão é algo mais do que um santo! Ele disse: "Muitos diriam que minha doutrina é estranha, por todos nesta região serem considerados cristãos, porém pouquíssimos em todo o mundo serem considerados santos e talvez nenhum deles seja visto assim até chegar no céu. Mas está muito claro não há nada mais evidente que um cristão é um santo, e muito mais que isso!"

Santo é alguém "santificado". Ser santificado, posicionalmente falando, é ter sido "colocado à parte" ou "separado" por Deus para bênção. Isso acontece quando nascemos de novo. Aqueles que são nascidos de Deus foram colocados à parte ou separados da massa da humanidade que caminha rumo à destruição. Todos os crentes desde o início dos tempos são santos. Por isso podemos chamar de "santos" aqueles que viveram nos tempos do Antigo Testamento, “Certamente és tu que amas o povo; todos os santos estão em tuas mãos. A teus pés todos eles se prostram e de ti recebem instrução,” (Deu_33:3; “Ele guardará os pés dos seus santos, mas os ímpios serão silenciados nas trevas, pois não é pela força que o homem prevalece.” 1Sm_2:9; “Agora, levanta-te, ó Senhor, ó Deus, e vem para o teu lugar de descanso, tu e a arca do teu poder. Estejam os teus sacerdotes vestidos de salvação, ó Senhor, ó Deus; que os teus santos se regozijem em tua bondade.” 2Cr_6:41 etc.). Todavia eles não eram cristãos. Apenas os crentes a partir de Pentecostes e até o Arrebatamento estão nessa posição diante de Deus. Um "cristão" é alguém que creu "no evangelho da vossa salvação" e, por conseguinte, foi selado com o Espírito, tendo assim sido feito parte da igreja, “Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa,” (Efs_1:13). Ele foi deste modo colocado em uma posição muito mais abençoada (estando ligado a Cristo, a Cabeça da igreja) do que um santo do Antigo Testamento. O cristão é um santo, mas é muito mais que isso, ele é membro do corpo de Cristo, “Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.” (1Co_12:12-13) e filho de Deus, “porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai".” (Rom_8:14-15); “a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai". Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro.” (Gál_4:5-7); “Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade,” (Efs_1:5). Estas são coisas que os santos do Antigo Testamento não eram. (Existe também a santificação prática, que tem a ver com o aperfeiçoamento da santidade na vida do crente que significa tornar nossa vida praticamente consistente com nossa posição) – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” (Joã_17:17); “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa,” (1Ts_4:3-4); “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts_5:23); “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.” (Heb_12:14); “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” (2Co_7:1).

Fonte: O texto acima é parte da tradução da 4ª Edição do livro "God's Order", (A ordem de Deus para as reuniões) escrito por Bruce Anstey, e que esta sendo traduzido pelo irmão Mario Persona no blog: A Ordem de Deus.









1 de abril de 2011

Por que nos reunimos somente ao Seu Nome - Cristo, o Centro



 
Esta é uma pergunta feita com freqüência àqueles que se reúnem ao nome do Senhor Jesus. Muitos têm expressado o desejo de que fosse escrito um tratado claro sobre tão importante assunto e, por conseguinte, apresento afetuosamente as considerações abaixo a todos os amados filhos de Deus. A primeira razão de nos reunirmos somente ao Seu nome é:

O VALOR DE CRISTO

Foi Deus Quem O exaltou e Lhe deu "um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de JESUS se dobre todo o joelho... e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (Fl 2:9-11). Assim, nosso bendito Deus e Pai Se deleitou em honrar Aquele que é "a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência" (Cl 1:18). Neste nome, tão precioso para todo crente, se reuniam todos os cristãos nos dias dos apóstolos. E quando foram abertas as cortinas do futuro, o que viu João, o servo de Jesus Cristo? Ao ver a Jesus Cristo disse: "E o Seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. E eu, quando O vi, caí a Seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu Sou o primeiro e o último" (Ap 1:16-17). Uma porta se abriu no céu! Que visão! A visão da glória futura do Cordeiro em meio aos milhões e milhões de redimidos - "um Cordeiro, como havendo sido morto" (Ap 5:6).

"E cantavam um novo cântico" (Ap 5:9). Que privilégio estar ali e ouvir esse volume de indescritível gozo unindo-se a esse cântico! Nenhum dos que foram redimidos para Deus se recusará a cantar: "Digno és". Hostes angelicais exclamarão em alta voz: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças" (Ap 5:12). Sim, será possível ouvir toda a criação redimida dizendo: "Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre" (Ap 5:13-14). Assim será adorado o nosso adorável Senhor e assim será reconhecido no céu e por toda a criação. É este o conceito que Deus tem do Cristo ressuscitado, que uma vez morreu por nossos pecados - "o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pd 3:18). E assim será feita a vontade de Deus no céu.

Se alguma alma preocupada e ansiosa estiver lendo estas linhas, deve notar bem que esta é a glória redentora de Cristo. E quem são esses milhões de milhões de adoradores, redimidos por Seu sangue? Malfeitores moribundos, Maria Madalenas, pecadores da cidade. E será que Jesus é digno de trazer a esses tais para a glória? Sim! O mais Santo, Santo, Santo Deus diz que Ele é digno! E toda a criação exclama: "Amém" Oh! Você, querido leitor, dá crédito a Deus agora? Este Cristo ressuscitado é tão digno que Deus diz: "sejai-vos pois notório... que por Este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Ele é justificado todo aquele que crê" (At 13:38-39). Portanto, a salvação é inteiramente por Cristo. Bem aventurados aqueles que podem dizer: "TEMOS a redenção pelo Seu sangue, a remissão dos pecados" (Ef 1:7 Versão Almeida Atualizada).

Não presumo poder expor, por meio da pena ou da palavra, a gloriosa preeminência de Cristo. Aponto para as Escrituras que tão claramente mostram a dignidade de Cristo. Mas muitos que lerem este livreto perguntarão: "Qual é o cristão verdadeiro que duvida, por um instante que seja, de quão digno é Cristo, ou da grandeza de Seu exaltado nome? Com certeza há uma corda no coração de todo o cristão que vibra em resposta ao nome de Jesus. Porém a pergunta é: "Quanta, ou quão grande, é essa dignidade? Pode haver cem cristãos em um pequeno povoado ou mil em uma cidade - quero dizer, aqueles que realmente têm a redenção pelo sangue de Cristo, cujos pecados são perdoados. Ora, se Jesus é digno do louvor e da adoração unida de toda a criação, se todos os milhões de redimidos no céu se reunirão ao redor de Sua adorável Pessoa, então, não é Ele digno da adoração unida de cem em uma vila e de mil em uma cidade, sobre a Terra? Certamente no céu todo nome e divisão deixará de existir. E por que não também na Terra?

Portanto, é um grande erro supor que nos separamos de todo nome e divisão porque cremos que somos melhores do que os queridos filhos de Deus que estão nessas divisões. Longe de nós pensar assim. Não! É porque JESUS É DIGNO! Sim, digno do sacrifício de se deixar todo nome ou divisão e se reunir ao Seu nome bendito - à Sua Pessoa bendita somente. Sim, meus caros crentes, Ele é digno de que vocês não reconheçam outro nome a não ser o dEle. Que será que pensam os anjos, sabendo e deleitando-se, como fazem, no nome exaltado de JESUS, quando vêem nossas atitudes sobre a Terra? As divisões neste mundo devem apresentar um obscuro contraste quando comparadas à unidade existente no céu. Em muitos lugares pode-se ver todo o povo redimido de Deus levando vários nomes, e nem ainda dois ou três reunidos unicamente ao nome de Jesus. Mesmo assim, JESUS É DIGNO de que todo crente de uma localidade se congregue somente ao Seu nome.

Sendo assim, se a vontade de Deus se faz tão evidente no céu, ao estarem todos congregados à Pessoa do Cordeiro, como posso orar: "...seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu" (Mt 6:10), a menos que esteja pronto a deixar todo nome e divisão sobre a Terra, como se faz no céu? Não seria mais honesto admitir: "Tenho estado na divisão tal e todos os meus amigos estão ali; dispensa-me, portanto, de fazer a Tua vontade sobre a Terra, como se está fazendo no céu"? Será que é custoso demais reconhecer o senhorio de Cristo para a glória de Deus Pai, e não reconhecer a nenhum outro além de Cristo? Deus dá o mais elevado valor ao nome de JESUS. O homem diz que não importa que nome se leve...! Não é a natureza humana a mesma em todos os lugares? Não há a mesma tendência idólatra onde se reconhece qualquer nome como a cabeça de uma divisão? Ao se exaltar esse nome, o nome de Jesus não é reconhecido, até que, por fim, torna-se de pouca importância o ser cristão, porém uma grande coisa pertencer à denominação tal. Certamente isto é "madeira, feno, palha" (1 Co 3:12) que não vai perdurar no dia vindouro. Nos dias dos apóstolos, "JESUS" era o nome exaltado sobre qualquer outro nome. Exaltar qualquer outro nome, ainda que fosse um Paulo, ou um Cefas, era denunciado pelo Espírito de Deus como carnalidade e cisma. O simples fato de se tolerar outro nome, ou nomes, era virtualmente rebaixar o glorioso Cristo ao nível de um mero homem (1 Co 1:12; 3:4-5). (N.T.: Veja também Mt 17:4-6.)

Não acontece o mesmo hoje? Jesus é digno da adoração unida dos milhões de redimidos que se reunirão no céu, portanto Ele é digno da adoração unida e do louvor de todos os cristãos agora sobre a Terra. Não importa o que os outros façam, se reconhecem ou não somente a este Nome perante o mundo - se você, querido crente, deseja fazer a vontade de Deus, seu caminho é claro: deixe todo nome e divisão, e congregue-se somente ao nome do Senhor JESUS, o Senhor exaltado do céu.

A dúvida que pode surgir agora na mente de alguém é quanto ao tipo de presidência [liderança] na igreja que está realmente de acordo com os pensamentos de Deus. Isto nos conduz à segunda razão:

A SOBERANIA DO ESPÍRITO DE DEUS

Esta é a segunda razão pela qual nos reunimos somente ao nome do Senhor Jesus. Antes de Jesus partir deste mundo, quando Se encontrava no meio dos Seus discípulos, Ele disse: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece: mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós" (Jo 14:16-17).

O Senhor Jesus prometeu solenemente que o Consolador, ou Amparador, nos ensinaria todas as coisas. Jesus disse: "Ele testificará de Mim" (Jo 15:.26). Observemos que Jesus não prometeu uma influência, mas a Pessoa divina e real do Espírito Santo; uma Pessoa tão real quanto Jesus. E tão real quanto foi o testemunho que Jesus deu do Pai, assim também o Espírito testifica de Jesus. E além disso, o Espírito Santo nos guiará a toda a verdade. "Ele Me glorificará" (Jo 16:14). Deus cumpriu esta promessa. Tendo sido Jesus glorificado nas alturas, Deus enviou o Espírito Santo (At 2:4-38). Então, a partir daquele momento, será em vão procurarmos, em todo o Novo Testamento, qualquer tipo de presidência na Igreja, exceto a direção soberana do Espírito Santo.

Vemos o Espírito Santo presente com a Igreja em Atos de uma forma tão real quanto foi a presença do bendito Jesus com os discípulos nos Evangelhos. O Pentecostes foi uma admirável manifestação da presença e do poder do Espírito Santo. "E tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (At 4:31). Sim, foi tão real a presença do Espírito Santo que Pedro, no caso de Ananias, disse: "Porque encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?" (At 5:3). E quando o evangelho foi pregado aos gentios, o Espírito Santo desceu sobre eles da mesma forma (At 11:15). O mesmo sucedeu em Antioquia (At 13:52). E quão clara e definida foi a direção dada pelo Espírito Santo ao apóstolo Paulo e aos seus companheiros quando "foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia" e "intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu" (At 16:6-7). Veja ainda Atos 19:2. Se passarmos agora a 1 Coríntios 12, a presidência do Espírito na igreja se apresenta com a maior evidência: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo". "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (vs.4, 7). Esta passagem é geralmente aplicada ao mundo, em forte oposição ao versículo das Escrituras que diz: "O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece" (Jo 14:17). Mas acerca de qualquer variedade de dons que exista na igreja, "um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como (Ele) quer" (1 Co 12:11).

Responda-me agora, qual denominação reconhece desta forma o Espírito de Deus em nossos dias? Não há uma que o faça, pois a partir do momento em que qualquer assembléia de cristãos reconhecer desta forma o Espírito de Deus, nesse momento deixa de ser uma divisão, ou denominação, pois o Espírito Santo não honrará a nenhum nome senão o nome do Senhor Jesus. Vamos então comparar uma assembléia que tem mil e novecentos anos com uma assembléia denominacional de nossos dias, e isto ficará evidente. Todos os cristãos em uma localidade se reuniam juntos ao nome de Jesus; o Espírito lhes dava diversidade de dons, sendo alguns dotados para pregar, outros para ensinar, outros para exortar, e assim sucessivamente com todas as diversas manifestações do Espírito. E Ele, o Espírito, estava realmente no meio deles, repartindo particularmente a cada um como queria. Falavam dois ou três - se algo fosse revelado a outro que estivesse assentado, o primeiro se calava - e esta é a ordem de Deus, conforme lemos em 1 Coríntios 14:29-33: "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos". Quando a direção soberana do Espírito de Deus era reconhecida, a ordem existente era claramente esta.

Agora entremos em alguma "igreja" pertencente a alguma denominação de nossos dias. Responda-me: Quando é que se aguarda, ou se permite, que o Espírito Santo reparta particularmente a cada um como Ele quer? Pode não ser intencional, mas a direção do Espírito Santo tem sido posta de lado. Um homem toma o Seu lugar, e seja esse homem guiado ou não pelo Espírito - esteja em feliz comunhão com o Senhor ou não - ele tem que preencher o tempo. O fato de não se reconhecer a presença Pessoal e a direção soberana de Deus, o Espírito Santo, é muito triste. Os diferentes dons não são exercitados e a obra de ministério acaba sendo um encargo de um só homem. Mas o pior de tudo é que o Espírito de Deus não é reconhecido na assembléia, para que a dirija em adoração, e uma ordem humana, ou melhor, toda a sorte de desordem humana, toma lugar. Poderá soar bem chamar a isto de liberdade de consciência; mas onde está a liberdade do Espírito de Deus, para usar aqueles que Ele quer, para a edificação da igreja de Deus? Será este um assunto de pouca importância? Porventura não foi o não reconhecer a direção e a presidência de Deus pelo Seu povo Israel, e o desejo de ter um homem como rei no lugar de Deus, um triste passo no caminho da queda desse povo? E qual é a história dos profetas, senão a de uns poucos homens (em meio de um povo que se esqueceu de Deus) que encontravam e sustentavam esta bendita realidade - a presença de Deus entre eles? Quão solene ensinamento temos no livro de Jeremias: ele se assentou solitário (Jr 15:17), porém foi chamado pelo nome do Senhor Deus dos Exércitos. Quão doces são as palavras do Senhor a ele: "Tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles" (Jr 15:6-21).

Tal é, sem dúvida, o solene e bendito lugar, nestes dias, de todos aqueles que têm sido levados a reconhecer a presença real do Espírito Santo na assembléia. Na verdade estes têm constatado que as palavras do Senhor são mais doces que as do homem. Oh! que todos os queridos filhos de Deus, em todas as denominações, venham a conhecer a benção de uma sujeição de coração não fingida à soberana direção do Espírito Santo! Onde quer que isto exista, não em uma forma simplesmente aparente, mas real, o Espírito Santo testifica de Cristo de uma maneira tal que nenhuma sabedoria humana pode sequer imitar! Desde os hinos dados por um, as orações feitas por outros, e a leitura da Palavra, dirigida pelo Espírito Santo, manifestam de tal maneira a direção divina, e dão um tal sentimento da presença de Deus, que somente se pode desfrutar onde o Espírito de Deus é reconhecido desta forma. Portanto, não devo ir aonde não é reconhecido Aquele a Quem o Pai enviou para nos guiar, nos guardar, e habitar conosco até o fim, não importa quem seja que O substitua - Deus está sempre com a razão e o homem está equivocado. Não se trata de uma questão de opinião, mas sim uma questão de reconhecer, ou então usurpar o lugar do Espírito Santo como o Guia soberano e Aquele que preside na assembléia. Tenho encontrado a realidade de Sua própria presença, por isso devo estar separado de toda comunidade onde Ele não seja assim reconhecido. Apresento, a seguir, a terceira razão de nos reunirmos somente ao nome de Cristo:

A UNIDADE DA IGREJA

Ou, mais corretamente, a unidade do um só corpo. Não estou inteirado de que exista alguma passagem nas Escrituras que mencione a expressão "uma só igreja", mas há "um só corpo" (Ef 4:4). A palavra traduzida por "igreja" significa simplesmente "assembléia". A mesma palavra grega é usada no original, em Atos 19:32,39,41, também para descrever uma multidão de pagãos (N.T.: Do grego "ekklesia", traduzida para o português, na Versão Almeida Corrigida, como "ajuntamento"). A Igreja de Deus é a assembléia de Deus. (N.T.: Não confundir as expressões "Igreja de Deus" e "assembléia de Deus", encontradas na Bíblia, com algumas denominações que adotaram para si mesmas estes nomes. A igreja ou assembléia de Deus que é encontrada na Palavra inclui todos os salvos, e não apenas alguns membros de um sistema criado pelo homem. Charles Stanley, o autor deste livreto, viveu de 1821 a 1888, quando ainda não existiam as organizações que arvoram para si próprias os títulos de "Igreja de Deus" ou "Assembléia de Deus"). No seu aspecto local, a igreja ou assembléia de Deus trata-se de todas as pessoas salvas de determinado lugar, que se congregam como tais para adorar a Deus, tendo sido todos os seus pecados tirados para sempre (Hb 10.17). Nenhuma outra assembléia pode chamar-se uma igreja ou assembléia de Deus. Nem poderia ainda uma assembléia chamar-se assim verdadeiramente a igreja de Deus, quanto às suas práticas, a menos que tal assembléia reconhecesse verdadeiramente a Deus, o Espírito Santo, para os guiar e guardar em todas as coisas, como faziam as assembléias de Deus nos dias dos apóstolos.

Tomemos a seguinte ilustração: Suponhamos que o Reino da Inglaterra enviasse um comandante ao exército britânico na Índia, e que, durante algum tempo, todo aquele exército se submetesse ao seu comando. Então poderíamos considerá-lo apropriadamente como sendo o exército do Reino da Inglaterra. Mas se esse exército pusesse de lado aquele comandante e nomeasse outro; ou se esse exército se dividisse em partes separadas, e cada divisão nomeasse o seu próprio comandante, cada soldado continuaria sendo um soldado britânico, mas poderia o exército dividido chamar-se corretamente o exército do Reino? Tendo posto de lado a autoridade do comandante nomeado por sua majestade, não estaria cada divisão se colocado em um estado de insubordinação, e não seria uma falta de lealdade unir-se às fileiras de qualquer uma dessas divisões?

Agora, apliquemos isto à igreja ou assembléia de Deus. Por algum tempo a autoridade do Espírito Santo enviado do céu foi reconhecida, assim como o exército britânico reconheceu, por um certo tempo, a autoridade do comandante nomeado pelo Reino. Logo, porém, a autoridade soberana do Espírito Santo foi posta de lado e por esta razão nenhuma divisão da igreja professa pode chamar-se a verdadeira assembléia ou igreja de Deus, assim como nenhuma divisão do exército britânico, que deixasse de reconhecer o comandante nomeado por sua Majestade e estabelecesse seu próprio comandante, poderia chamar-se o verdadeiro exército do Reino.

Estou plenamente de acordo que, tendo a direção do bendito Espírito de Deus sido esquecida por tanto tempo, torna-se muito difícil fazer com que os cristãos de hoje compreendam o que isto significa. Tomemos outra ilustração: É anunciado que um certo estadista presidirá uma reunião pública dos habitantes de um lugar qualquer. A assembléia se reúne, o estadista vem, põe-se em pé no palanque... mas ninguém o reconhece! Ele fala, mas ainda assim ninguém lhe dá ouvidos! O povo envia uma mensagem após outra à casa daquele mesmo estadista, rogando-lhe que compareça à reunião; eles desejam sua influência, porém desconhecem sua presença pessoal, e acabam nomeando algum outro para presidir. Este é um quadro exato das divisões nos dias de hoje.

Não importa de que maneira tenhamos entristecido o Espírito e O não tenhamos reconhecido. Ainda assim essa preciosa promessa se cumpre: "E Ele (o Pai) vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14:16). Sim, do mesmo modo como o estadista encontrava-se presente; embora o ignorassem, pois continuavam a enviar mensagens à sua casa; assim também o Espírito Santo veio à assembléia de cristãos; está presente no exato momento em que se está fazendo oração, em ignorância, para que Ele venha do céu. Na verdade, há cristãos que, quando oram, parecem mais estar orando apenas por uma influência! Não seria ofensivo falar de Deus, o Pai, como sendo uma influência? Não seria por demais repugnante dizer que a vinda de Deus, o Filho, a este mundo foi somente uma alegoria ou uma influência? E porventura não é Deus, o Espírito Santo, uma Pessoa tão real agora sobre a Terra como foi o Filho quando esteve neste mundo e que agora está no céu? O que um comandante é para um exército, ou um presidente para uma reunião, assim é o Espírito Santo para a assembléia de Deus - mandando, dirigindo, usando aqueles quem Ele quer. Nenhuma assembléia, onde Ele não é assim reconhecido, pode chamar-se a assembléia de Deus; portanto devo me separar de tais assembléias, se quiser ser leal a Deus.

Mas poderá haver objeções: "Acaso não tem havido fracasso e divisão entre aqueles que professaram reconhecer o Espírito de Deus? É triste termos que admitir isto; mas nada poderia provar com maior clareza a verdade destas declarações com respeito à presença do Espírito. Qual tem sido a causa de toda tristeza e divisão? Deixar de lado a direção soberana do Espírito Santo. Porém, dizer que o fracasso é a razão pela qual alguém não deve reconhecer a direção do Espírito na assembléia, ou referir-se ao fracasso como uma desculpa para permanecer onde o Espírito Santo não é reconhecido, é como alguém dizer que deve, como indivíduo, deixar de andar no Espírito só porque algum cristão, ou ele próprio, fracassou em seu caminho. Acaso não devem nossos pecados e fracassos passados fazer-nos mais vigilantes e sinceros para andar em Espírito? Somente Ele é o salvaguarda do cristão e da Igreja. Bendito Guardião! A fonte de todo o fracasso que a igreja experimentou foi sempre o não reconhecimento da direção do Espírito. Não importa o que possa vir; se ela tão somente confia em seu bendito Guardião, tudo está bem. O mesmo sucede com o cristão; se ele anda segundo a carne, uma pequena dificuldade poderá causar uma queda, mas se anda no Espírito, não importa quão grande possa ser a tentação, tudo estará bem. Portanto, cada fracasso passado na igreja ou assembléia convoca-nos a uma sujeição genuína ao Espírito de Deus. Que pensariam vocês se um homem dissesse: "Tal pessoa, que professava ser um cristão, fracassou e foi encontrada embriagada na rua; portanto, continuarei sendo um bebedor e estarei seguro"? Não é o mesmo que dizer, em princípio, "Os tais filhos de Deus fracassaram em guardar a unidade do Espírito, portanto eu permanecerei agora onde o Espírito não é reconhecido"? Rogo que não julguem esta solene pergunta pelo fracasso do homem, mas sim pela Palavra de Deus.

"Todas as Minhas coisas são Tuas, e as Tuas coisas são Minhas; e nisso Sou glorificado... para que sejam um como Nós somos um" (Jo 17:10,22). Estas preciosas palavras de Jesus abrangem cada filho de Deus durante esta dispensação. Qual é, então, a glória que o Pai deu a Jesus? "Ressuscitando-O dos mortos, e pondo-O à Sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a Seus pés, e sobre todas as coisas O constituiu como cabeça da igreja, que é o Seu corpo, a plenitude daquEle que cumpre tudo em todos". (Ef 1:20-23). "E Ele é a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência" (Cl 1:18). Portanto, a glória que é dada a Jesus, Lhe é dada como sendo o Cristo ressuscitado; e como o Cristo ressuscitado, Ele é o princípio e a Cabeça do corpo. Por isso cada membro desse corpo deve ressuscitar juntamente com Cristo. E assim é, que se alguém está em Cristo, é nova criatura, ou nova criação. Jesus disse: "Eu dei-lhes a glória que a Mim Me deste" (Jo 17:22). E isto vale para todos os que são dEle. Portanto cada cristão é um com Cristo ressuscitado, na mais elevada glória, como está escrito: "E nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2:6).

Que diferença enorme deve haver, então, entre um corpo celestial ressuscitado e uma sociedade terrenal! A única sociedade terrenal que Deus teve foi a nação dos israelitas. E ainda durante o tempo da vida de Cristo, a pequena companhia ou rebanho de discípulos era dessa nação. Não foi senão depois da Sua ressurreição e ascensão à glória que o Espírito Santo pôde ser dado para formar a "Igreja, que é o Seu corpo" (Ef 1:22). Este foi o mistério guardado e escondido desde os séculos: que a sociedade terrenal, ou nação dos israelitas, seria posta de lado durante algum tempo, e que o Espírito Santo tomaria, dentre todas as nações, judeus e gentios, um corpo celestial - e que este corpo se uniria à Cabeça em uma glória ressuscitada e elevada; abençoado com todas as bênçãos espirituais, nos lugares celestiais em Cristo. Onde quer que um filho de Deus esteja (no que diz respeito ao seu corpo aqui na Terra), em espírito ele é tão verdadeiramente um com o Cristo ressuscitado, quanto um membro do corpo humano é unido à pessoa à qual esse membro pertence. Portanto, ser um em Cristo não é uma união mas uma unidade perfeita. Assim como não podemos falar em "união" dos membros do corpo humano, porque todos esses membros constituem uma única pessoa, assim também é o Cristo celestial ressuscitado. "Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres... Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular" (1 Co 12:12-27).

Certamente o Espírito usa a linguagem mais forte possível, e as figuras mais notáveis, para expressar essa admirável unidade. Compare a passagem acima com a seguinte: "Porque somos membros do Seu corpo" (Ef 5:30). Não diz que éramos um com Ele durante Sua vida na carne, pois isso teria sido impossível: se Ele não tivesse morrido, teria ficado só (Jo 12:24). A unidade terrenal de homens pecadores com um Cristo sem pecado, não teria sido possível. Não; Ele tinha que morrer, e morreu pelos pecados de muitos. E havendo passado pela morte por nós, como nosso Substituto - havendo, por meio do derramamento de Seu precioso sangue, pago o nosso resgate, Ele foi levantado de entre os mortos, e isso como nosso fiador justificado (Is 50:8). E tudo isso por nós! "Ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:25). E somos, assim, considerados mortos com Ele, justificados com Ele e um com Ele, nesse Seu estado ressuscitado, justificado e sem pecado. De maneira que somos, e não "éramos" um com Ele. Assim como um homem é uma única pessoa, mesmo que tenha muitos membros, assim também é Cristo ressuscitado: embora tendo muitos membros sobre a Terra, todos estão unidos a Cristo e são um com Cristo e em Cristo, a Cabeça no céu. "Somos membros do Seu corpo" (Ef 5:30). "Há um só corpo" (Ef 4:4). Que admirável nova criação - uma nova existência; transportados para o reino do Filho do Seu amor - já somos; e não seremos quando morrermos. Ele "nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor" (Cl 1:13). O esquecimento desta realidade atual, da unidade de toda a Igreja de Deus no Cristo ressuscitado na glória celestial, é uma triste causa da existência dos sistemas mundanos e das divisões terrenais que os homens denominam "igrejas".

Freqüentemente eu pergunto: "Quando estivermos no céu, serão toleradas as seitas e divisões?" "Oh! Certamente que não!", é a resposta que ouço. Cristo então será tudo. Mas acaso já não estamos agora ressuscitados e assentados com Ele nos céus? (Ef 2:6). E não é Cristo tudo agora? (Cl 3:11). Na nova criação "não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre"; Oh! não! "Mas Cristo é tudo em todos. "As coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus" (2 Co 5:17-18). Isso é válido para todo homem em Cristo. Ele é uma nova criatura.

Portanto, o corpo ressurreto de Cristo é um só corpo, composto de todos os verdadeiros crentes de cada nação; trata-se de uma nova criação de entre os mortos: ressuscitados juntamente e unidos por Deus, o Pai (Ef 2). Nunca poderá se separar (Rm 8:39). Não há nenhuma divisão nesse corpo celestial e nem tampouco pode haver, porque as coisas velhas já passaram. Bendito Jesus! Tua oração é respondida: "Que todos sejam UM" (Jo 17). Sim! Todos os que crêem são UM com Cristo nos lugares celestiais.

QUAL É A VONTADE DE DEUS PARA OS CRENTES SOBRE A TERRA?

Ainda que sejamos um com Cristo nos céus, estamos, todavia, por um curto espaço de tempo ausentes. Não quero expressar opiniões, porém, qual é a mente do Senhor? Pergunta solene! Queira Ele dar-nos graça para fazermos a Sua preciosa vontade.

Que Deus condena a divisão, nenhum dos que se submetem à autoridade de Sua Palavra inspirada irá querer negar. Diante do primeiro sinal ou embrião das divisões, o apóstolo disse: "Rogo, porém, irmãos, pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões;... cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolos, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido?" (1 Co 1:10-13). Certamente não posso estar enganado quanto à vontade do Senhor nestes dias, quando cada um diz: "Eu sou de Roma, eu de Grécia, eu da Anglicana, eu de Wesley, etc". Deus roga a todos os crentes, pela glória e preeminência do nome do Senhor Jesus, que não haja divisões. Deus não tolera nenhum nome ou divisão. Permitir qualquer nome que não seja o nome de Cristo é rebaixar Seu bendito nome, colocando-o no mesmo nível de outros: "Eu sou de Paulo... e eu de Cristo". Se a vontade de Deus é que não haja divisões, como posso pertencer a qualquer uma delas, ou como posso apoiar qualquer divisão, sem estar desobedecendo a vontade revelada de Deus? Leitor, responda a esta pergunta na presença de Deus, tendo diante de você a Sua Palavra inspirada.

Para que não haja nenhum engano, o Espírito de Deus fala de novo sobre o mesmo tema: "Porque ainda sois carnais: pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolos: porventura não sois carnais?" (1 Co 3:3-4). Se o Espírito Se lastimou ao dizer: "Eu sou de Paulo, e eu de Apolos", será que hoje agrada ao Espírito que digamos: "Eu sou de Wesley, e eu dos Independentes"? É isto espiritualidade ou carnalidade? Deus aprova ou desaprova isto? Deus não poderia falar mais claramente, não somente quanto aquilo que Ele condena, senão também quanto aquilo é Sua vontade concernente ao que é reto: "Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros" (1 Co 12:25). Os homens dizem que deve existir divisões, e gostariam que eu me juntasse a uma delas ou ajudasse a aumentá-las. Deus diz que não deve haver nenhuma, porque o corpo é um. Devo obedecer a Deus ou aos homens? Julguem vocês mesmos.

Que unidade tão bendita - um com a cabeça nos céus, e um com cada membro aqui na Terra. Sim, com cada membro - cada cristão sobre a Terra. Quão preciosa é a vontade de Deus. "De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular" (1 Co 12:26-27). Certamente, até agora, não temos reconhecido esta admirável unidade. Mas não rebaixemos o ideal. Não chamemos de bom aquilo que é mau. Com toda a certeza a divisão é um mal, e algo amargo aos olhos de Deus. Ele até mesmo a relaciona com pecados tais como adultério, homicídio e embriaguez! (Gl 5:17-21). A palavra "heresia" significa "seitas" (ou divisões). Oh! Se é assim, voltemos ao Senhor com profunda humilhação! Confessemos-Lhe o nosso pecado e a vergonha que é a igreja dividida!

Somos chamados à unidade celestial com o Cristo ressuscitado. É a vontade de Deus "que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com TODA a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito" (Ef 4:1-4). Você deseja, querido crente, fazer a vontade de Deus? Então aqui está o bendito caminho: a unidade do Espírito. Cristo deve ser sempre a cabeça. O bendito Espírito reúne à Pessoa de Cristo; e onde estão dois ou três reunidos ao SEU NOME, ali está Ele no meio deles (Mt 18:20). O homem faz uma "reunião" em qualquer nome que lhe agrade. Somente o Espírito congrega os crentes a Cristo. As duas coisas são tão diferentes como a unidade que existe no céu e a dispersão que existe na Terra.

Todos os crentes são um no Cristo ressuscitado, e a vontade de Cristo é que essa unidade seja manifestada ao mundo inteiro. Quão profunda e comovedora é a forma como isto pode ser visto nas comunicações mútuas entre o Filho e o Pai: "Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia". E outra vez: "Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim" (Jo 17:21-23). Assim, em lugar de divisões terrenais e discórdias, o bendito Senhor deseja que nós manifestemos ao mundo nossa unidade com Ele. Apesar de termos fracassado, nem por isso estou dispensado da fidelidade devida ao Cristo ressuscitado, e não posso, portanto, estar identificado com qualquer coisa que desonre a Ele ou que seja contrária à Sua vontade. Tem sido demonstrado que as seitas e divisões são inteiramente contrárias à vontade do Senhor, portando devo separar-me de todas elas, se desejo andar em conformidade com a Palavra de Deus. Não posso reconhecer nenhuma igreja, mas apenas ao um só corpo; nenhum princípio de direção na igreja senão a direção do Espírito Santo; nenhum outro nome senão o Nome do Senhor Jesus Cristo, a única cabeça do corpo ressuscitado que é a igreja de Deus.

O caminho poderá ser difícil, porém, quando é que foi fácil a senda da fé? Estamos em tempos perigosos. Àquilo que é mau se chama bom; ao que é bom se chama mau. À indiferença se dá o nome de neutralidade. "Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá... Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor" (Ef 5:14,17).

Acrescentarei algumas palavras em conclusão. Deus pode nos reunir somente ao Nome do Senhor Jesus. Não nos reunimos por nossa própria vontade. Devemos buscar unicamente a Glória de Cristo, e também ganhar almas para Ele. Não nos envergonhemos de Seu precioso Nome e do bendito lugar no qual Ele nos colocou como Suas testemunhas. Sim! Levantemo-nos como um só homem para fazer conhecido tudo o que é devido a Cristo. Porém isto só pode ser feito com uma fé firme. Poderá haver o nome e a forma, porém não o poder. Se somos reunidos ao nome do Senhor Jesus, será que esperamos sempre que o Espírito testifique dEle? Quando os homens vão escutar um pregador eloqüente, esperam ouvir a esse homem. E nós, esperamos o ensino do Espírito de Deus pela Palavra? Porventura não agrada a Deus usar os dons que Ele deu à igreja? É claro que sim. Não estou falando aqui de um impulso cego, ou daquilo que alguns chamam de luz interior de um ser humano. Não! Eu pergunto: Cremos verdadeiramente na presença da Pessoa divina do Espírito Santo? Então, que ninguém, por assim dizer, "já ensaiado", se levante para expor seus próprios pensamentos, e que o mais débil não diga: "Não reúno condições necessárias para que Deus me use". Que haja uma verdadeira entrega de nós mesmos a Deus, seja para estarmos quietos ou para sermos usados para falar as palavras que Ele der - ainda que seja apenas a leitura de um versículo das Escrituras. Porventura não tem sido assim que normalmente experimentamos mais do verdadeiro poder da presença de Deus, e isto de uma forma indescritível? Quão bendito é sentir que estamos em Sua presença; escutar as Suas palavras, como se Ele estivesse falando em uma voz audível. Oh! Que haja muita oração fervorosa para que a direção do Espírito Santo seja manifesta, sentida e vista em cada reunião! Tenham fé, irmãos meus, em Deus!

Há trabalho para cada membro, segundo a medida da Sua graça. Nem todos são capazes de falar em público, porém, acaso Deus não pode usar os esforços mais débeis ou uma palavra que seja? Sim! Com freqüência a oração de um homem pobre, cheio do Espírito, é de muito maior bênção para os santos do que a eloqüência de um apóstolo. Queira o Senhor mesmo dirigir-nos a uma genuína submissão ao Espírito Santo, de acordo com Sua bendita Palavra.

Charles Stanley

"Estaria você pronto a abandonar tudo aquilo que não subsistir ao exame da palavra de Deus - e permanecer nesta posição... e não aceitar nada menos do que isso, mesmo que possa ficar sozinho numa tal posição?"

C.H.Mackintosh


 




26 de março de 2011

Avivamento dos Crentes - As Escrituras - C. H. Mackintosh


Nota do autor do Blog: Muitos cristãos não sabem o que é avivamento e confundem com evangelismo.

Evangelismo é levar a Palavra do Senhor para as pessoas que estão mortas em seus delitos e pecados. A pessoa que crer nascerá novamente. Não tem como avivar quem está morto. Para o morto o Senhor oferece uma nova vida, Ele vivifica o morto, dá vida (não aviva pois está morto) Efésios 2.1-10.

Avivamento (no cristianismo), como o próprio nome diz, é acordar aqueles que estão "dormindo" ou se "distanciando da Sã Doutrina dos apóstolos". Quando uma planta está fraca (ela ainda tem vida), você "AVIVA" ela, adubando, regando, cuidando, ou seja: "alimenta" ela com alimento verdadeiro e não falsificado. O alimento do crente é a Sã Doutrina. Ef cap. 5.

Os dias são maus, a doutrina dos apóstolos foi falsificada por líderes evangélicos e estão dando palha, alimento falso para os cristãos, e isso deixa o crente fraco, dormindo. O que fazer? Leia 1 Timóteo e 2 Timóteo. Em 1 Timóteo o apóstolo Paulo fala da "casa de Deus" de como andar nela (não confunda casa de Deus com denominação, igreja de pedra, não tem nada a ver), e em 2 Timóteo, inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo nos fala de um tempo de ruína do testemunho cristão, e ele não diz mas "casa de Deus" mas sim "uma Grande Casa". Ali temos uma provisão de ensino para o que fazer nesses dias maus, de ruína do testemunho cristão. Veja também 2 Pedro cap. 2 e 3 que fala de líderes religiosos que professam o nome do Senhor (usam o nome d´Ele) mas não são convertidos ao Senhor, são "falsos crentes".


O texto abaixo Escrito por Charles Henry Mackintosh (1820-1896) nos traz luz sobre o assunto.

No reino de Ezequias houve um marcante retorno à autoridade dos escritos sagrados. Cedo eles vieram a descobrir que não haviam guardado a páscoa, "porque muitos a não tinham celebrado como estava escrito" (2 Cr 30.5). Vemos, portanto, que os homens de Judá receberam de Deus um só coração para cumprir o mandamento do rei, e dos príncipes, pela Palavra do Senhor (2 Cr 30.12). Além disso, Ezequias estabeleceu holocaustos da manhã e da tarde, e holocaustos dos sábados e das luas novas e das solenidades, como está escrito na Lei de Moisés (2 Cr 31.3).

Nos dias de Josias, rei de Judá, o maravilhoso reavivamento teve origem em um reconhecimento prático da divina autoridade das Escrituras. Elas foram trazidas por Hilquias, o sacerdote, que encontrou na casa do Senhor "o livro da Lei do Senhor, dada pela mão de Moisés" (2 Cr 34.14). "E Hilquias respondeu, e disse a Safã, o escrivão: Achei o livro da Lei na casa do Senhor... E Safã leu nele perante o rei. Sucedeu pois que, ouvindo o rei as palavras da Lei, rasgou os seus vestidos" (2 Cr 34.15,18,19).

A razão disso foi que ele compreendeu, por meio daqueles escritos, que se encontravam, com justiça, expostos à ira divina e às maldições descritas no livro, por causa dos seus pecados, por desprezarem o Senhor Deus, e por haverem queimado incenso a outros deuses (2 Cr 34.21,24). Então eles se submeteram à autoridade dos escritos sagrados, e celebraram a páscoa em conformidade com a ordenança "como está escrito no livro de Moisés" (2 Cr 35.12), o que foi acompanhado de abundantes bênçãos dadas por Deus.

Eles foram tão exercitados pela autoridade das Escrituras acerca disso, que lemos que o mandamento do rei foi: "imolai a páscoa: e santificai-vos, e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a Palavra do Senhor, dada pela mão de Moisés" (2 Cr 35.6). Nos é dito ainda que o mal "e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da Lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor. E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés: e depois dele nunca se levantou outro tal" (2 Rs 23.24,25).

O retorno dos judeus do cativeiro na Babilônia foi também marcado de forma extraordinária por seu reconhecimento da autoridade da Lei escrita do Senhor. Sabemos que Esdras era "escriba hábil na Lei de Moisés, dada pelo Senhor Deus de Israel" (Ed 7.6). Tal foi o seu reconhecimento da autenticidade divina dos escritos sagrados que nos é dito que "Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos" (Ed 7.10).

Lemos também que quando eles foram reunidos como um só homem em Jerusalém, "edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na Lei de Moisés, o homem de Deus... E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito" (Esd 3.2,4). E então, quando o templo estava terminado, eles consagraram a casa de Deus com gozo; ofereceram um sacrifício pelo pecado, de acordo com as doze tribos de Israel. "E puseram os sacerdotes nas suas turmas e os levitas nas suas divisões, para o ministério de Deus, que está em Jerusalém; conforme ao escrito do livro de Moisés" (Ed 6.15-18).

Quando Neemias era o copeiro do rei, lemos que ele jejuou, chorou e orou a Deus, e reconheceu a Palavra que Ele havia dado por Seu servo Moisés, a qual é encontrada em Levítico e Deuteronômio (Ne 1.8,9). Quando o muro estava completo, o povo se reuniu na rua como um só homem, e pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés que o Senhor dera a Israel. Assim ele fez, e leu-o, e todo o povo estava atento ao livro da Lei. E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo, e outros fizeram com que o povo compreendesse a Lei. Assim eles leram o livro da Lei de Deus distintamente, mostrando o significado, e os levaram a compreender a leitura.

Eles acharam escrito na Lei, que o Senhor havia dado por Moisés, que os filhos de Israel deveriam habitar em cabanas; "porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria. E de dia em dia ele lia no livro da Lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro" (Ne 8.1-18). Mais adiante nos é mostrado que depois disso "leu-se no livro de Moisés, aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus. Sucedeu pois que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel, toda a mistura" (Ne 13.1,3).

É muito interessante observar aqui que os fiéis que retornaram do cativeiro voltaram-se à autoridade divina, àquilo que Deus havia ordenado desde o princípio. Eles não se basearam em nenhum período ou reavivamento em particular, mas permaneceram naquilo que tinha sido escrito, separados de todas as tradições dos homens. Acaso não é este, sempre, o caminho daquele que é fiel em tempos maus? -

Charles Henry Mackintosh (1820-1896)



Extraído do Manjar Celestial

Nosso Testemunho - A responsabilidade do cristão perante o mundo


Por que Deus preferiu nos deixar aqui ao invés de nos levar para o céu no momento em que fomos salvos?

Disse Jesus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura." Marcos 16.15. Que maravilhoso é, para os crentes, saberem que seus pecados estão perdoados e que possuem um lar nos céus, que lhes foi preparado por seu Salvador, o Senhor Jesus Cristo! E que esperança maravilhosa temos por saber que a qualquer momento poderemos escutar o chamado e sermos levados deste mundo para encontrar o Senhor nos ares, para estarmos para sempre com Ele, que nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós! (1 Ts 4.16,17).

Mas por que Deus preferiu nos deixar aqui ao invés de nos levar para o céu no momento em que fomos salvos? Acaso não somos deixados aqui para representar Cristo neste mundo onde Ele foi rejeitado e de onde foi lançado fora? Somos deixados para adorá-Lo e glorificá-Lo. Deixados para brilhar como luzeiros, e sermos Seus embaixadores enquanto aguardamos por Seu retorno muito em breve. Acaso não nos deu Ele uma mensagem para ser anunciada às almas preciosas que Ele tanto ama? E será que não somos responsáveis em sair ao encontro delas com esta mensagem de salvação que tanto necessitam?

Muitos estão se dirigindo rumo a uma eternidade de perdição no inferno! Devemos, como crentes, ficar indiferentes às necessidades daqueles que nos cercam? Se uma criança estivesse para atravessar uma rua movimentada, com toda certeza nós tentaríamos salvá-la! Se a casa de nosso vizinho estivesse em chamas e ele dormisse em seu interior, não procuraríamos avisá-lo do perigo? E, no entanto, muitos de nossos vizinhos e amigos correm um perigo ainda muito maior do que se estivessem no interior de uma casa em chamas: estão dormindo em seus pecados, e correm o perigo de perder suas almas eternamente! É, portanto, nossa responsabilidade avisá-los de sua condição! O apóstolo Paulo até mesmo dizia: "Ai de mim, se não anunciar o evangelho!" (1 Co 9.16). E também: "Sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens" (2 Co 5.11).

Não é apenas uma responsabilidade do cristão divulgar o evangelho, mas é um privilégio que deveria ser motivado pelo amor para com Cristo. "O amor de Cristo nos constrange" (2 Co 5.14). Se realmente temos um amor genuíno por Cristo e se nossos corações estão verdadeiramente motivados por Ele, não seremos capazes de ficar sem sair em busca dos outros, seja de uma maneira ou de outra. Pedro e João podiam dizer: "Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido" (At 4.20). Se já estivemos com o Senhor e desfrutamos da Sua presença, nossos corações se transbordarão para com aqueles que nos cercam. Jesus disse aos Seus discípulos: "E vós também testificareis, pois estivestes comigo..." (Joã 15.27).

É maravilhoso usufruirmos, para nós mesmos, das benditas verdades das Escrituras, mas compartilhemos também com os outros, em amor, aquilo que temos, para não estagnarmos em nossa vida cristã. O Mar Morto é morto porque não tem saída. Ele sempre recebe mas nunca dá. Ele não transborda para formar nem mesmo um pequeno córrego que traga algum proveito ao deserto ao seu redor. De graça recebemos. Vamos dar de graça também! Que o Senhor nos auxilie a sermos sensibilizados pela necessidade daqueles que se encontram perdidos e perecendo ao nosso redor. Que possamos despertar e entender a verdade expressa em 2 Reis 7.9: "Este dia é dia de boas novas!"

O tempo é curto. A vinda do Senhor está próxima! Breve o dia da graça terminará e não haverá mais oportunidades de falarmos de Cristo ou sentirmos compaixão pelas almas perdidas que estão ao nosso redor. Que o Senhor nos ajude a sermos fiéis na responsabilidade que Ele entregou a cada um de nós, a fim de podermos desfrutar do gozo de ouvir de Seus lábios estas palavras: "Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor" (Mt 25.21).


Autor: [ Tim Cedarland ]

Fonte: Manjar Celestial