28 de julho de 2017

Os diferentes ministerios em 1 Corintios 12 sao denominacoes?

Baseando-se em 1 Coríntios 12 você perguntou se a existência de diferentes ministérios não seria um fundamento para existirem diferentes denominações ou igrejas. Não, é um verdadeiro erro usar essa palavra como justificativa para dividir os cristãos por diferentes nomes e seitas. Na mesma carta Paulo chama tal prática de carnalidade.

"Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?... E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?"(1 Co 1:10-13; 3:1-5).

Ao falar do contraste entre a sabedoria que vem do alto e a meramente terrena, Tiago vai mais longe ao chamar o sentimento faccioso, que é justamente o desejo de se dividir os irmãos em diferentes grupos ou facções, de "sabedoria... terrena, animal e diabólica".

"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz." (Tg 3:13-18).

É surpreendente que a maioria dos cristãos não percebam isso, ainda mais quando o próprio Senhor expressou seu desejo de que seu povo devia ser um como forma de expressar a mesma unidade que ele tem com o Pai. Em sua oração antes de partir para o Pai ele deixa isso muito claro:

"E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós... E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim." (Jo 17:11, 20-23).

Para mim fica muito claro que se você disser "eu sou de Paulo" e eu disser "eu sou de Pedro" não estaremos demonstrando qualquer unidade. O mesmo vale para a versão moderna desse "eu sou de Paulo... eu sou de Pedro" que é dizer "eu sou batista" ou "eu sou presbiteriano" ou qualquer outra denominação que os homens inventaram. Será que é tão difícil para você entender que isso destrói o desejo do Senhor quando disse "que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste". Como o mundo pode crer se cada crente se identifica por um nome diferente ao invés de usar apenas o nome de Jesus sobre si?

Lembro-me de uma conversa com uma jovem irmã que se apresentou como sendo presbiteriana. Depois de eu explicar a ela que "há um só corpo" (Ef 4:4) e que Deus nunca ordenou e nem autorizou que os seus fossem identificados por diferentes nomes, ela tentou se corrigir dizendo: "Ah, mas quando vou falar de Jesus a alguém não digo que sou presbiteriana, digo apenas que sou cristã""E por que não diz que é presbiteriana?" — perguntei. "Porque a pessoa pode ter alguma coisa contra a Igreja Presbiteriana e isso atrapalhar na evangelização". Então eu disse: "Minha irmã, como é que você pode ser algo que precisa esconder na hora de evangelizar para não atrapalhar na conversão de uma alma? Por que não se livra logo desse nome e fica só com o Nome que está acima de todo nome?".

Quando nos damos conta do que é a Igreja, o corpo de Cristo, e de quão exaltado é esse nome, passamos a considerar uma infantilidade querer identificar os crentes em Jesus por outro nome que não seja o único e mais sublime Nome que Deus escolheu para nos identificar. Ao orar pelos cristãos em Éfeso Paulo falou da sublimidade desse nome.

"Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos,  não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos." (Ef 1:15-23).

Você não se sente ridículo dizendo que é alguma outra coisa que não seja apenas cristão? Não se sente usado quando é obrigado a alçar uma bandeira e defender um nome que não é o nome de Jesus apenas? Portanto, nem pense em querer dourar a pílula chamando as diferentes denominações de "ministérios". Isso é querer maquiar o erro com um termo bíblico que não tem nada a ver com essa vergonhosa colcha de retalhos em que se transformou o testemunho do corpo de Cristo nas mãos dos homens. O corpo continua um, porque é impossível dividir o corpo de Cristo. O que foi dividido pelos homens, despedaçado até, é o testemunho com suas diferentes "igrejas" denominacionais.

Ministério significa simplesmente serviço de ministrar ou prover algo, que pode ser tanto material quanto espiritual. Não tem nada a ver com denominações, pois ministério é a ação de uma pessoa, e como há diferentes pessoas há diversidade de ministérios, ou maneiras diferentes de se ministrar coisas materiais e espirituais. Por exemplo, um irmão ministra a Palavra para crianças, outro para adultos, um para ajudar necessidades espirituais, outro para suprir as materiais etc.

Em 1 Coríntios 12 temos nos versículos:

4 "Ora, há diversidade de dons [manifestações], mas o Espírito é o mesmo". 
5 "E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo". 
6 "E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos".

O versículo 4 nos fala de onde vem a capacitação ou poder para executar (o Espírito Santo). O versículo 5 nos mostra de onde vem a direção e autoridade para ministrarmos aquilo que esse poder nos capacita (o Senhor). O versículo 6 nos diz quem está acima de todas essas operações, ou seja, de quem é a supremacia, e também quem é responsável pelos resultados (Deus).

Veja também:
http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2016/02/que-denominacao-e-esta.html
http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2009/11/igreja-de-deus-nos-dias-de-hoje.html
Por Mario Persona

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